Evangelho de Jesus Cristo

C.J. Mahaney - Deus como Pai


Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temerem, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba Pai". (Rm 8:15)



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Por C.J. Mahaney. © Sovereign Grace Ministries. Website: sovereigngraceministries.org
Original: God as Father. Website: sovgracemin (canal YouTube)
Tradução e Legenda: Voltemos ao Evangelho

Permissões: Você está autorizado e incentivado a reproduzir e distribuir este material em qualquer formato, desde que não o altere de nenhuma maneira e não use para fins comerciais. Para postagens na web, um link para este documento em nosso site, um para o ministério e um para a fonte original do material é o preferido. (Basta copiar os itens acima)

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Pastor Marcos Pereira em matéria do Fantástico



Pastor Marcos Pereira resgatando homens e mulheres condenados pelo tribunal do tráfico momentos antes de suas execuções.
Marcos Pereira é pastor evangélico no Rio de Janeiro, conhecido por mediar rebeliões em presídios onde os pricipais chefões do tráfico de drogas estão presos.
Nessa matéria do fantástico, o Pastor Marcos Pereira chega momentos antes da execução de homens e mulheres condenados pelo tribunal do tráfico de drogas.
Pastor Marcos Pereira, Fantástico, Tribunal do Tráfico, Rio de Janeiro.

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John Piper - A Bíblia não é chata. Avatar é chato!








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Por John Piper. © Desiring God. Website: desiringGod.org
Original: The Bible Isn't Boring, Avatar is! - John Piper. Website: I'll be honest
Tradução e Legenda: Voltemos ao Evangelho

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[Reformanda] SOLA SCRIPTURA: A Raiz do Evangelho (9)

| Autor: (-V-)
[Reformanda] SOLA SCRIPTURAJohn MacArthur - Pregando o Livro que Deus escreveu [parte 3 de 5]

Inerrância Bíblica, Exegese e exposição


Postulados e proposições


5. Como começou a mensagem do pregador? 

A mensagem começou como uma verdadeira palavra de Deus e foi dada como verdade, porque o propósito de Deus era transmitir a verdade. Foi ordenada por Deus como verdade e foi entregue pelo Espírito de Deus, em cooperação com os homens santos que a receberam exatamente com a pureza que Deus planejou (2 Pedro 1:20-21). Foi recebida como Scriptura inerrantis pelos profetas e apóstolos, ou seja, sem desvio da formulação original da Escritura na mente de Deus.

A inerrância, então, expressa a qualidade com que os escritores do nosso cânone receberam o texto que chamamos Escritura.


6. Como uma mensagem de Deus pode continuar em seu estado original de verdade?

Se a mensagem de Deus começou verdadeira e se é para ser entregue como foi recebida, o processo interpretativo ditado pelas mudanças da língua, da cultura e do tempo vai garantir sua pureza, quando pregada atualmente? A resposta é que só uma abordagem exegética é aceitável para uma exposição precisa.

Tendo estabelecido a necessidade essencial para a exegese, a pergunta mais lógica é: "Como a interpretação/exegese está ligada à pregação?".

Packer responde apropriadamente:


A Bíblia, sendo o que é, toda verdadeira interpretação da mesma deve assumir a forma de pregação. Com isso vai uma conversão igualmente importante: a de que, a pregação sendo o que é, toda verdadeira pregação deve assumir a forma de interpretação bíblica? (Packer, Inerrancy and Commom Sense, 187).

7. Agora, praticamente puxando nosso pensamento todo em conjunto, "Qual é o último passo para que a inerrância una-se à pregação?"

Em primeiro lugar, o verdadeiro texto deve ser usado. Somos gratos a esses seletos estudiosos que trabalham tediosamente no campo da crítica textual. Seus estudos recuperam o texto original das Escrituras a partir do grande volume de cópias manuscritas, que são falhas por variantes textuais. Este é o ponto de partida. Sem o texto como Deus lhe deu, o pregador seria impotente para entregá-lo como Deus planejou.

Em segundo lugar, tendo começado com um texto verdadeiro, é preciso interpretar o texto com precisão. A ciência da hermenêutica está em vista.
 
Como uma disciplina teológica, a hermenêutica é a ciência da interpretação correta da Bíblia. É uma aplicação especial da ciência geral da lingüística e do significado. Destina-se a formular as regras específicas que dizem respeito aos fatores especiais relacionados com a Bíblia... Hermenêutica é uma ciência em que se pode determinar certos princípios para descobrir o significado de um documento, sendo que estes princípios não são uma mera lista de regras, mas têm uma ligação orgânica entre si. É também uma arte como indicado anteriormente, pois princípios ou regras nunca podem ser aplicados mecanicamente, mas envolvem a habilidade (technmae) do intérprete. (Bernard Ramm, Protestant Biblical Interpretation, 11) 


Em terceiro lugar, nossa exegese deve passar por uma hermenêutica adequada. Desta relação, Bernard Ramm observa que a hermenêutica,


... está na mesma relação à exegese que um manual está para um jogo. O manual é escrito em termos de reflexão, análise e experiência. O jogo é jogado pela realização concreta das regras. As regras não são o jogo, e o jogo não tem sentido sem as regras. A hermenêutica adequada não é uma exegese, mas a exegese é a hermenêutica aplicada. (Ibid.)


Assim, a exegese é a aplicação hábil de sólidos princípios hermenêuticos ao texto bíblico, na língua original, visando compreender e declarar o significado da intenção do autor para os públicos imediato e subseqüente. Em paralelo, hermenêutica e exegese focam no texto bíblico para determinar o que ele disse e o que significava originalmente (cf. John D. Grassmick, Principles and Practice of Greek Exegesis, 7). Assim, a exegese em seu sentido mais amplo incluirá várias disciplinas da crítica literária, estudos históricos, exegese gramatical, teologia histórica, teologia bíblica e teologia sistemática. A exegese adequada irá dizer ao estudioso o que o texto diz, o que o texto significa, e como o texto se aplica pessoalmente.

Em quarto lugar, agora estamos prontos para uma verdadeira exposição. Com base no fluxo de pensamentos pelo qual acabamos de passar, eu afirmo que a pregação expositiva é a pregação realmente exegética, e não tanto a forma homilética da mensagem. Merrill Unger observou precisamente:


Não é o tamanho da parcela tratada, se um único versículo ou uma unidade maior, mas sim a forma do tratamento. Não importa o tamanho da porção explicada, se ela é manipulada de tal maneira que seu significado real e essencial, tal como existia à luz do contexto geral da Escritura, é feito puro e aplicado às necessidades modernas dos ouvintes, pode-se dizer corretamente que é uma pregação expositiva. (Merrill F. Unger, Principles of Expository Preaching, 33)


Como resultado deste processo exegético, que começou com a inerrância, o expositor é equipado com uma mensagem verdadeira, com intenção verdadeira e com aplicação verdadeira. Isto dá a ele uma perspectiva de pregação histórica, teológica, contextual, literária, sinóptica e cultural. Sua mensagem é a mensagem planejada por Deus.

Agora, porque tudo isso parece tão óbvio, devemos perguntar: "Como é que a igreja perdeu de vista o relacionamento da inerrância com a pregação?" Permita-me sugerir que a tendência atual é nada mais do que o legado do liberalismo.


Fonte: Preaching the Book God Wrote, Part 3
Tradução: Voltemos ao Evangelho

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[Entrevistas com Paul Washer] - Pare de Adorar e Idolatrar Pregadores Celebridades

[Entrevistas com Paul Washer] - Pare de Adorar e Idolatrar Pregadores Celebridades
Assim diz o Senhor: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor. (Jeremias 17:5)
Os bereanos eram mais nobres do que os tessalonicenses, pois receberam a mensagem com grande interesse, examinando todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo. (Atos 17:11)





 
Tradução e Legenda: Voltemos ao Evangelho

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Ser Homem de Deus - Paulo Junior



Você quer realmente ser um homem de Deus??? Então esteja disposto a pagar um preço descomunal, a fazer algo que homens normais não farão. Será dolorido, custar-lhe-á tudo. Você sofrerá perseguições e aflições que os demais desconhecem, porém será usado de uma forma tão intensa, tremenda e tão poderosa por Deus que marcará sua época e todos que estão à sua volta. (Essa palavra foi pregada em 2008 na Igreja Evangélica Vida. FRANCA-SP. Igreja do Pr.Paulo Junior).

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Incapacidade e onipotência


Charles H. Spurgeon

Um dos que estavam ali era paralítico fazia 38 anos. Quando o viu deitado e soube que ele vivia naquele estado durante tanto tempo, Jesus lhe perguntou: “Você quer ser curado?” Disse o paralítico: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro chega antes de mim.” Então Jesus lhe disse: “Levante-se! Pegue a sua maca e ande”. Imediatamente o homem ficou curado, pegou a maca e começou a andar (Jo 5.5-9).

Esse homem tinha ficado, junto com muitos outros, ao redor do tanque, na esperança de que as águas fossem agitadas pelo anjo, e que ele mesmo fosse colocado primeiro na água, e assim curado. Ali, aguardou durante muito tempo, e aguardou em vão. Por que ficou aguardando? Porque Jesus não estava ali. Onde Jesus não está, a pessoa precisa ficar aguardando. Caso se trate meramente de um anjo e de um tanque, precisa-se esperar; e pode-se obter uma bênção, e pode-se obter nenhuma. Mas quando Jesus chegou, não havia o caso de ficar aguardando. Entrou andando no meio da multidão de doentes, notou esse homem, mandou-o pegar a sua maca e ir andando para casa, e o homem foi curado de imediato.

Ora, elogio esse homem por ter ficado esperando; admiro-o pela paciência e perseverança; mas peço-lhe que não faça do caso dele o seu. Ele, sim, esperava, porque Jesus não estava presente. Você não precisa esperar, você não deve esperar; pois Jesus está presente. Não havia mais necessidade para o homem ficar espe-rando. Como acabo de dizer a vocês, havia um anjo, e um tanque, e nada mais; mas onde Cristo está, não deve haver mais “lista de espera”. Qualquer alma que crer em Cristo, será salva. Qualquer alma que levantar os olhos, será salva, mesmo que estiver olhando dos confins da terra. Agora, você pode olhar; melhor: você é ordenado a olhar. “Agora é o tempo aceitável; hoje é o dia da salvação”. “Não endureçam os seus corações, como na provação”. Você, ali, naquele banco da igreja, ou no meio daquele corredor, se você voltar, pela fé, o olhar a Jesus, o Ser Vivente no trono do Altíssimo, obterá a cura imediata. Ficar esperando, é aceitável à beira do tanque de Betesda; mas esperar à beira do tanque das ordenanças, como ouvi algumas pessoas dizerem, não é conforme as Escrituras. Não leio ali nada a respeito de ficar esperando; mas certamente leio isto: “Creia no Senhor Jesus Cristo, e será salvo”.

No entanto, para ajudar alguns que ficaram esperando até se cansarem, que perseveraram no uso dos meios até ficarem desanimados e decepcionados, olhemos para esse caso do paralítico de Betesda.

I. Devemos notar a respeito, em primeiro lugar, que o Salvador conhecia o caso.

Só menciono esse fato com o propósito de dizer que o Salvador conhece seu caso. Jesus o viu deitado ali. Havia grande número de pessoas para o olhar do Salvador contemplar; mas fixou esse olhar nesse homem, por longo tempo confinado à cama, paralítico fazia 38 anos. Da mesma forma, Jesus sabe tudo a respeito do seu caso. Ele o vê deitado exatamente onde você está nesta noite, paralítico, sem esperança, sem luz, sem fé. Ele o vê; quero que sinta ser esta a verdade. Ele o distingue no meio dessa multidão, esteja onde estiver, e seu olhar o perscruta da cabeça aos pés; mais que isso: ele olha por dentro e por fora, e lê tudo o que está no seu coração.

A respeito do homem à beira do tanque, Jesus sabia que ele estava naquela situação havia longo tempo. Ele sabe quantos anos você está esperando. Você se lembra de quando era carregado para a casa de Deus por sua mãe. Você tem lembranças de como, menino ainda, voltava para casa e, no seu quartinho, clamava a Deus por misericórdia; mas, depois, esqueceu-se disso. Eram como a neblina da manhã, que desaparece diante do sol que se levanta. Você veio para Londres; cresceu e se tornou homem; passou a ser descuidado no tocante às coisas divinas; sacudiu para longe todas as suas impressões juvenis. Apesar disso, continuava escutando a pregação da Palavra, e muitas vezes você tinha a esperança de receber alguma bênção. Você ouvia a Palavra; mas a fé não a acompanhava, e assim você ficou sem a bênção. Apesar disso, você sempre sentia o desejo de que ela viesse até você. Nunca desprezou as pessoas piedosas, nem o que é de Cristo. Não as conseguia para si mesmo; ou, pelo menos, imaginava não poder; mas sempre tinha o desejo remanescente de ser contado com o povo de Deus. Ora, o Senhor Jesus sabe tudo a respeito disso, e dos muitos anos nos quais você ficou à espera como ouvinte; mas ouvinte apenas, e não praticante da Palavra; às vezes, impressionado, mas violando os ditames da consciência, e voltando para a vida irresponsável. Meu Senhor sabe tudo a seu respeito. Não consigo distingui-lo no meio desta congregação; mas lembre-se de que, enquanto prego nesta noite, milagres serão realizados; processos que transformarão a própria natureza das pessoas estão em andamento neste recinto; pois Cristo está sendo pregado, e seu evangelho é exposto, e isto não é feito em vão, mas com zelosa sinceridade em espírito de oração. Deus abençoará essa obra; ele abençoará alguém nesta noite. Não posso adivinhar quem será esse alguém, nem quantas centenas “desses” haverá; mas Deus abençoará sua Palavra, e por que ele não o iria abençoar? Ele vê exatamente que você é, e onde você está, e o como você está.

Além disso, nosso Senhor sabia tudo a respeito das decepções desse pobre homem. Muitas vezes, depois de ter feito o máximo esforço para ser o primeiro a chegar até a água, e ter pensado que conseguira dar o mergulho feliz, entrava outra pessoa antes dele, e suas esperanças se esvaíram. Essa outra pessoa subia da água, curada; ao passo que ele mesmo, com um suspiro pesado, caía de novo sobre a maca, e imaginava que talvez passasse muito tempo antes de o anjo agitar a água de novo, e que, mesmo assim, talvez se decepcionasse outra vez. Lembrava-se das muitas ocasiões nas quais perdera toda a esperança; e jazia ali quase em desespero total. Estou com a impressão de ouvir alguém aqui nesta noite dizer: “Meu irmão achou o Senhor. Meu amigo, que veio comigo para cá, achou o Senhor. Vivi até ver minha mãe morrer na segura e certa esperança da glória. Tenho amigos que vieram a Cristo, mas ainda vivo sem ele. Quando havia cultos especiais, esperava que fosse abençoado de modo especial. Freqüentei cultos de oração, li minha Bíblia em particular, e às vezes sentia a esperança — não passava de uma esperança bem pequena, mas não deixava de ser esperança — ‘Talvez, em algum dia futuro, eu seja curado’ “. Sim, caro amigo, meu Senhor sabe tudo a respeito disso, e ele sente compaixão por você em toda a mágoa que você sente nesta noite, e escuta os desejos que você nem expressou, e sabe do seu anseio para ser curado.

II. Agora, em segundo lugar, o Salvador despertou os desejos do homem. Disse-lhe: “Você quer ser curado?”. Não vou explicar como é ficar deitado à beira do tanque, mas vou aplicá-lo a você que está aqui em condição semelhante.

Cuidado para não se esquecer por que você está aqui! Cuidado para não chegar à casa de Deus sem saber por que veio. Já mencionei, em anos passados, sua freqüência a lugares de culto na esperança de achar salvação. Pois bem, você continuou vindo, mas não a achou; e agora a está procurando? Você não caiu no hábito de ouvir sermões, orações, e assim por diante, sem sentir que procura algo especial para si mesmo? Você vem e vai, a fim de poder freqüentar um lugar de culto; e é só isso. O Salvador não queria deixar o paralítico ficar deitado ali satisfeito, por estar à beira do tanque. Não, não. Jesus lhe disse: “Por que está aqui? Não tem algum desejo? Não quer ser curado?”. Meu caro ouvinte, eu gostaria que você dissesse “Sim” a essa pergunta. Você veio aqui nesta noite a fim de que seu pecado fosse perdoado, sua alma fosse renovada pela graça divina, e você se encontrasse com Cristo? Se for assim, quero mantê-lo nessa intenção, e não deixar que você venha continuamente e seja como a porta nos seus gonzos, ali fora, que gira para dentro e para fora, e não melhora em nada com isso. Oh, não adote meros hábitos religiosos! Serão para você hábitos ritualistas, por mais singelo que o ritual seja. Você vem e você fica satisfeito. Assim não serve mesmo. Cristo lhe desperte o desejo ao dizer: “Você quer ser curado?”.

Além disso, evite a indiferença desesperadora. Lembro-me de dois irmãos e uma irmã, que escutaram minhas pregações durante o período considerável, e estavam com grande aflição de alma; mas, ao mesmo tempo, mantinham a idéia de não lhes ser possível crer em Cristo, e que devessem esperar — não posso saber o quê; e ficaram esperando até se tornarem bastante velhos. Pessoalmente, não conhecia pessoas melhores, do ponto de vista moral, nem melhores ouvintes, no que dizia respeito ao interesse com o que ouviam; mas nunca pareciam progredir além disso. Acabaram se firmando no seguinte estado: aconteça o que tiver de acontecer: tudo o que podiam fazer era simplesmente manter-se sentados imóveis, quietos e pacientes. Pacientes diante da perspectiva de se perderem para sempre? Ora! Não espero que o homem na cela do corredor da morte fique feliz e contente quando escuta o som da construção do cadafalso! Ele tem de ficar preocupado e desconfortável. Fiz o máximo para deixar meus amigos desassossegados, mas confesso: receio que meus esforços foram acompanhados por resultados bem reduzidos. O Salvador disse ao paralítico: “Você quer ser curado? Você parece estar em tal estado de indiferença que não se preocupa com sua cura ou não”. Não se pode achar condição pior que essa; é tão difícil lidar com ela. Que Deus os salve da indiferença soturna, na qual se dei-xam levar à destruição segundo a determinação de algum destino fatal desco-nhecido!

Peço que se lembrem que depende do seu querer, pois Cristo disse a esse homem: “Você quer ser curado? É impossível curar a si mesmo, mas pode desejar e querer se curado”. O Espírito Santo de Deus tem concedido a muitos de vocês o querer e o realizar segundo a boa vontade de Deus. Vocês nunca serão salvos contra a sua vontade; Deus não pega ninguém pelas orelhas para arrastá-lo para o céu. Deve existir em vocês a mente bem disposta, que consinta com a obra da soberana graça de Deus; e se estiver presente essa disposição, quero que vocês a exercitem nessa noite, como Cristo queria que esse homem a exercitasse: “Você quer ser curado?”. Você tem qualquer vontade nesse sentido, qualquer desejo ou anseio pela cura? Quero atiçar esse fogo, e fazê-lo arder; e se houver uma centelha de vontade, gostaria de soprar nela, e orar para o Espírito Santo soprar sobre ela para a transformar em grande chama. Paulo disse: “Tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo” (Rm 7.18). Acredito que haja alguns aqui que têm vontade de serem salvos; graças a Deus por isso!

“Você quer ser curado?”. Acho que o Salvador postulou essa pergunta por outra razão, a qual transformarei em exortação. Abra mão de toda e qualquer receita imposta quanto à maneira de ser salvo. A pergunta não é: “Você quer ser colocado no tanque?”, mas: “Quer ser curado?”. A pergunta não é: “Quer tomar esse remédio? Quer que eu faça isso ou aquilo com você?”, mas, “Quer ser curado?”. Você chegou ao ponto em que está disposto a ser salvo da maneira determinada por Deus, por Cristo? Alguém diz: “Quero ter um sonho”. Alma querida, não deseje sonho algum; não passam de sonhos. Outro diz: “Quero ver uma visão”. Caro amigo, o plano da salvação não diz nada a respeito de visões. “Quero ouvir uma voz”, diz alguém. Pois bem, escute a minha voz, e que Deus, o Espírito Santo, leve você a ouvir a voz da sua Palavra por meio de mim! “Mas quero” — oh! sim, você quer –, você nem sabe o que quer, como muitas crianças tolas com suas venetas e fantasias, caprichos e vontades. Quem dera que todos se dispusessem a ser salvos mediante o plano singelo de crer e viver! Sendo este o caminho estabelecido por Deus, quem é você para ter um caminho dife-rente? Quando apresentei o caminho da salvação diante de uma amiga, faz algum tempo, ela se voltou para mim e disse: “Oh, senhor, ore mesmo por mim!”. “Não”, respondi, “não orarei por você”. “Mas”, disse ela, “como pode dizer isso?”. Respondi: “Coloquei diante de você Cristo crucificado, e peço que creia nele. Se não quiser crer nele, estará perdida; e não orarei a Deus para preparar algum caminho diferente de salvação para você. Merecerá perder-se se não quiser crer em Cristo”. Coloquei a questão exatamente assim diante dela, e quando disse, em seguida: “Oh, entendo agora! Estou olhando para Cristo, e confiando nele”, falei: “Agora vou orar por você; agora podemos orar juntos, e cantar juntos, se necessário for”. Mas, caros amigos, não estabeleçam seu conceito de como devem ser convertidos: é possível achar duas pessoas que se converteram da mesma forma? Deus não faz convertidos da mesma maneira que os homens fazem penas de aço — uma grosa delas por caixa, todas idênticas. Não, nada disso; em cada caso há a criação de um novo homem vivente, e cada homem, cada animal, é um pouco diferente dos demais da sua espécie; não procurem uniformidade na obra da regeneração. “Você quer ser curado?”. Venha. Você deseja o perdão dos pecados? Anseia por um novo coração e um espírito renovado? Se for assim, largue mão de disputar a maneira de obtê-los, e faça o que Cristo manda fazer.

“Você quer ser curado?”. Era como se o Salvador dissesse: “Agora, seja mais sincero que nunca. Sei que é sua vontade ser curado; pois bem: deseje isso nesta noite mais do que você já o desejou antes”. Ponha em prática a vontade que tem; coloque-a em evidência. Você está sendo sincero no desejo de ser salvo; seja mais sincero nesta noite. Você deseja achar a Cristo; pois bem, deseje achá-lo mais nesta noite do que já desejou em outro momento da sua vida. Você chegou a uma crise importante da sua vida; pode estar à beira da morte: quem sabe? Quantas pessoas foram repentinamente abatidas! Se quiser ser curado, eu desejaria que você fosse curado nesta noite. Oro para que você sinta alguma coisa pressionando-o, algo que o leve a terminar seu longo adiamento, algo que o faça sentir: “Não tenho mais tempo para desperdiçar; não posso correr o risco de me demorar; preciso ser salvo nesta noite; preciso escutar o tique-taque distinto do grande relógio de Deus, que fica no salão da graça, e sempre diz: ‘Agora; agora; agora; agora’; e nunca emite nenhum outro som”. Que Deus faça assim, por sua livre graça!

Foi dessa maneira que o Salvador despertou os desejos do homem à beira do tanque. Primeiro, conhecia-lhe o caso; e, em seguida, despertou seus desejos.

III. Agora, em terceiro lugar, o Salvador ouviu o queixume do homem. Foi assim que o homem falou: “Senhor, não tenho ninguém que me ajude a entrar no tanque quando a água é agitada. Enquanto estou tentando entrar, outro entra antes de mim”.

Algumas dessas pessoas tinham amigos bondosos, que se revezavam na vigi-lância de dia e de noite e, no momento em que a água era agitada, pegavam no paciente e o mergulhavam na água. O homem aqui mencionado já perdera todos os amigos; 38 anos da enfermidade já esgotaram todos eles; e ele disse: “Não tenho ninguém para me colocar no tanque; como poderei entrar na água?”. Assim também existem muitos nessa situação; querem ajuda. Enquanto estava em Menton, tive a alegria de conduzir vários amigos a Cristo. Quando me era necessário deixá-los para voltar a Londres, alguns deles me disseram: “Que podemos fazer sem o senhor? Não teremos mais ninguém para nos conduzir no caminho certo; ninguém para nos instruir, responder nossas objeções, para solucionar nossas dúvidas, ninguém a quem possamos contar as ansiedades do nosso coração”.

Decerto, alguns de vocês falariam da mesma forma, e preciso reconhecer que é grave a falta de alguém para ajudar. Ficar sem ninguém nessas coisas é uma grande perda. Às vezes, se um amigo chegar até você depois do sermão, e simplesmente lhe falar uma palavra gentil, isso lhe fará mais bem do que o próprio sermão. Muitos coitados aflitos, que passaram longo tempo como que presos, poderiam ter sido libertados antes, se tão-somente algum bondoso amigo tivesse feito o irmão lembrar-se de uma promessa divina — a qual, da mesma maneira que uma chave, teria aberto a porta da prisão. Concordo com vocês que é de grande ajuda ter um amigo cristão sincero para levantá-lo acima de uma dificuldade; carregá-lo até a beira da água quando você não pode ir por conta própria, e colocá-lo no tanque. Certamente, é uma grande perda ficar sem semelhante amigo; e sinto muita dó de você. Você mora em uma aldeia onde não há ninguém para lhe falar a respeito das questões espirituais, ou freqüenta um ministério que não o alimenta. Não há ninguém para consolá-lo. Não existem muitas pessoas, afinal, que realmente conseguem ajudar outros homens a vir a Cristo. Alguns que tentam fazê-lo se sentem cultos demais, e outros são demasiadamente duros de coração. Seria necessário treinamento especial na escola da graça se alguém quisesse ter compaixão pelo próximo de tal maneira que possa realmente ajudá-lo. Suponho que alguém aqui diga: “Não tenho mãe com quem conversar; não tenho amigo cristão na família; ninguém a quem possa recorrer pedindo ajuda; por isso encontro-me encalhado onde estou”.

Pois bem, um ajudador é muito valioso; mas quero dizer que um ajudador talvez não seja tão valioso quanto você imagina. Conheci alguns que tinham bastante ajudadores cristãos enquanto buscavam o Senhor; mas nenhum deles era realmente capaz de ajudá-los. Se confiar em ajudadores terrestres, e os considerar essenciais, Deus não abençoará os esforços deles, e não lhe serão de utilidade. Lastimavelmente, muitas pessoas que buscavam a Cristo têm se sentido obrigadas a dizer, até mesmo a cristãos bons e sinceros, o que Jó disse a seus amigos: “Pobres consoladores são vocês todos!” (Jó 16.2). Afinal, como um homem pode ajudá-los muito nos assuntos da alma? Nenhum homem pode lhes dar fé, nem lhes dar perdão; nenhum homem pode lhes dar vida espiritual, sequer iluminação espiritual. Embora não tenha nenhum homem para ajudá-lo, lembre-se que você pode atribuir valor demasiado aos homens, e pode confiar demais nos ajudadores cristãos. Peço-lhe que se lembre disso.

Lastimo dizer que há alguns crentes professos que receberam ajuda demasiada. Ouviram um sermão, e ficaram realmente impressionados por ele, e alguém foi suficientemente tolo para lhes dizer: “Isso é a conversão”. Mas não se tratava de serem convertidos, de modo algum. O amigo disse, ainda: “Agora, venha para a frente, e faça profissão de fé”. E assim, foram adiante, e professaram a fé que nunca tiveram. Em seguida, o amigo disse: “Agora, venha a tal reunião; venha se afiliar à igreja. Venha”; e assim foram conduzidos, e conduzidos, e conduzidos, sem nunca possuir vida interior genuína, nenhuma energia espiritual dada de cima. São exatamente iguais a crianças em andadores, incapazes de andar sozinhas. Deus o preserve da religião que depende de outras pessoas! Existem alguns com uma religião de tipo alpendre, que se apóia em outra pessoa; removido o apoio, o que sobra? Morre a bondosa senhora idosa que o ajudou durante tantos anos; então, onde fica sua religião? Antes, o ministro o conservava em movimento; você era como um pião movido a chicotadas, e ele, o chicote, o mantinha girando; depois de ele ir embora, onde está você? Não tenha uma religião desse tipo, imploro-lhe. Embora o ajudador seja muito útil, lembre-se de que, em certas condições, até mesmo o ajudador cristão pode ser um empecilho.

Agora, meus caros ouvintes, aqui está o assunto ao qual chegamos: vocês precisam lidar com Jesus nesta noite, e para lidar com ele, não precisam de “ninguém”. Não precisam lidar com tanques e anjos; precisam lidar com o próprio Senhor Jesus. Suponhamos que não haja ninguém para ajudá-los, vocês precisam de alguém quando Jesus está aqui? Alguém era necessário para colocá-los no tanque; não é necessário para apresentar vocês a Cristo; vocês podem falar com ele pessoalmente; podem solicitar misericórdia; confessar seu pecado. Vocês não precisam de nenhum sacerdote, de um Mediador entre sua alma e Jesus. Vocês podem chegar a ele onde estão, e como estão. Venham a ele agora; contem-lhe sua situação; pleiteiem com ele, pedindo misericórdia. Ele não precisa da minha ajuda; não precisa da ajuda do arcebispo da Cantuária; não precisa da ajuda de pessoa alguma. Somente ele pode lidar com o caso de vocês. É só colocar seu caso nas mãos dele; e então, se não tiverem ninguém para ser seu ajudador, não precisam deitar-se irritados por isso; pois ele é poderoso para salvar totalmente os que se chegam a Deus por meio dele.

Ora, tudo isso é conversa muito clara; mas, hoje em dia, é de conversa clara que precisamos. Nos domingos, acho que não preguei, se não tiver procurado levar pessoas a Cristo. Existem muitas doutrinas elevadas e sublimes das quais gostaria de falar, e muitas experiências profundas e arrebatadoras que gostaria de descrever, mas minha convicção é que, não raro, preciso deixar essas coisas, e manter-me no que é muito mais corriqueiro, porém, muito mais útil — persuadir aos homens, em nome de Cristo, para que desviem o olhar dos homens, das ordenanças, e deles mesmos, e lidem com o próprio Jesus de modo distinto e direto; pois, então, não haverá necessidade dos homens, e certamente não haverá necessidade de demora.

IV. Este é meu argumento final. O Salvador atendeu inteiramente ao caso do homem.

Esse paralítico não tem ninguém para ajudá-lo; Cristo pode ajudá-lo sem ninguém. Esse homem não pode fazer movimentos senão com grande dor. Teria de engatinhar até a beira da água; mas não tem necessidade de fazê-lo, sequer precisa se movimentar um centímetro. O poder para curar o homem estava em Cristo, presente ali, comissionado por Deus para salvar pecadores, e para ajudar os desamparados. Por favor, lembrem-se: o poder que salva, e todo ele, não está no homem salvo, mas no Cristo salvador. Peço licença para contradizer quem diz que a salvação é uma evolução. Tudo o que evolve o coração pecaminoso do homem é o pecado, e nada mais. A salvação é o dom gratuito de Deus, por meio de Jesus Cristo, e sua obra é sobrenatural, realizada pelo próprio Senhor; e ele tem poder para fazer isso, por mais fraco — pior: por mais morto no pecado, que o pecador esteja. Como filho vivente de Deus, posso dizer nesta noite:

Empenho minha eternidade inteira
Na vida que eu mesmo não vivi,
Na morte que eu mesmo não morri.

Você que desejaria ser salvo deve fazer o mesmo: deve olhar totalmente para fora de si, para o que Deus exaltou como Príncipe e Salvador dos filhos dos homens. Cristo atendeu ao caso desse homem, pois era poderoso para fazer a favor dele qualquer coisa que ele precisasse. Ele atende ao seu caso, caro ouvinte, pois pode fazer a favor de você todo o necessário. Entre aqui e a porta do céu, nunca será requerido algo que ele não possa dar, nem será necessária qualquer ajuda que ele não esteja disposto a prestar, pois ele tem todo o poder no céu e na terra.

Além disso, o Senhor pode fazer mais a seu favor do que você pode pedir-lhe. Esse pobre homem nunca pediu nada da parte de Cristo, a não ser por meio do seu olhar, e por jazer ali à beira do tanque. Se nesta noite você se sente sem jeito de orar, se passa por necessidades que não consegue descrever, se há alguma coisa que falta, e você não sabe o que é, Cristo pode suprir. Você reconhecerá o que faltava, logo que você o receber; talvez agora ele, na sua misericórdia, não o deixe saber todas as suas necessidades. Mas a questão aqui é: “é poderoso para fazer muito abundantemente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos”. Que ele faça isso em você nesta noite! Consiga consolo da cura do paralítico, acalente esperança, e diga: “Por que ele não curaria também a mim?”.

Ora, o modo de Cristo operar era muito singular. Operava por meio de ordenar. Não é o método que você e eu teríamos selecionado; nem o meio aprovado de alguns cristãos nominais. Ele disse a esse homem: “Levante-se!”. Ele não podia levantar-se. “Pegue a sua maca”. Não conseguia pegá-la; já passaram 38 anos sem sequer conseguir se levantar da maca. “Pegue a sua maca e ande”. Andar? Não conseguia andar. Já ouvi alguns, que levantam objeções, dizerem: “Aquele pregador diz aos ouvintes: ‘Creiam’. Mas eles não conseguem crer. Manda-lhes: ‘Arrependam-se’. E não conseguem arrepender-se”. Ah! pois bem, nosso Senhor é nosso exemplo; e ele disse ao homem que não podia levantar-se, pegar a maca, e andar: “Levante-se! Pegue a sua maca e ande”. Era assim que exercia seu poder divino; e é assim que Cristo salva as pessoas hoje. Ele nos outorga fé suficiente para dizermos: “Ossos secos, ouçam a palavra do Senhor!” (Ez 37.4). Eles não podem ouvir. “Assim diz o Senhor: Ossos secos, vivam!”. Não podem viver; mas acabam ouvindo, e acabam vivendo; e enquanto agimos pela fé, dando uma ordem que, aparentemente, parece absurda e desarrazoada, a obra de Cristo é realizada por ela. Ele não falou às trevas, na antigüidade: “Haja luz!?”. O Senhor falou essa palavra de poder a quem? Às trevas e ao nada. “E houve luz”. Agora, ele fala ao pecador, e diz: “Creia, e viva”. Este crê, e vive. Deus quer que seus mensageiros com fé para repetir suas ordens, deixem o pecador saber que ele não tem forças para obedecer, que está moralmente perdido e arruinado, mas também para dizer, em nome do Deus eterno: “Assim diz o Senhor: Levante-se! Pegue a sua maca, e ande. Creiam, arrependam-se, e sejam convertidos, e batizados, cada um de vocês, em nome do Senhor Jesus Cristo”. É dessa forma que o poder de Cristo procede até os filhos dos homens. Ele disse ao homem cuja mão estava encolhida: “Estenda a mão”, e ele a estendeu; e diz aos mortos: “Venham para fora”, e eles se apresentam. Suas ordens são reforçadas por capacitações; e onde as ordens são fielmente pregadas, seu poder as acompanha, e pessoas são salvas.

Encerro com a seguinte observação. Na obediência, o poder foi concedido. O homem não parou para discutir com Jesus, e dizer: “Levantar-me? O que quer dizer? Você dava a impressão de ser amigo; mas veio para cá a fim de fazer-me de palhaço? Levantar-me? Estou deitado aqui 38 anos, e você me diz: ‘Levante-se’. Acha que já houve um minuto, nesses 38 anos, em que eu alegremente teria me levantado se pudesse, e, apesar disso, você diz: ‘Levante-se’, e diz: ‘Pegue sua maca. Ombreie a esteira na qual está deitado’. Como eu poderia fazer assim? Há 38 anos que não mais consigo levantar meio quilo, e você me manda colocar nos ombros essa esteira na qual estou deitado. Está querendo passar trote em mim? E andar? Você diz: ‘Ande’. Ande? Escutem-me, vocês, os enfermos a meu redor: Ele me manda andar! Sequer levanto um dedo, mas ele me manda andar!”. Assim poderia ter debatido a questão até o fim, e teria sido um argumento muito lógico, e o Salvador seria culpado de ter falado palavras vãs.

Em vez de o paralítico falar assim, tão logo Cristo lhe disse: “Levante-se!”, ele quis se levantar; e enquanto desejava se levantar, fez o movimento para se levantar, e levantou-se mesmo — e ficou atônito com isso. Colocou-se em pé e, curvando-se para frente, enrolou sua esteira, maravilhando-se o tempo todo, e todas as partes do seu corpo cantando enquanto a enrolava, e a ombreou com alacridade. Para sua maior surpresa, descobriu que as juntas dos pés e pernas podiam se movimentar, saiu andando diretamente, com a esteira nos ombros; e o milagre ficou completo. Pare, homem, pare! Venha para cá! Ora, você tinha forças para fazer isso por conta própria? “Não, eu não. Fiquei deitado ali durante 38 anos; não tinha forças a não ser quando chegou até mim aquela ordem: ‘Levante-se!’ “. “Mas você se levantou mesmo?”. “Oh! sim, você está vendo que o fiz. Coloquei-me em pé; enrolei a esteira; e saí andando”. “Mas você estava sob algum tipo de compulsão que o fazia movimentar pernas e mãos, não é verdade?”. “Oh! não; eu o fiz livremente, com bom ânimo e muita alegria. Compelir-me a fazê-lo? Meu caro, bato minhas mãos de alegria ao pensar que pudesse fazê-lo. Não quero voltar à velha esteira e deitar-me nela de novo; eu não”. “Então, o que você fez?”. “Ora, não entendo o que fiz. Cri nele; e um poder misterioso e estranho veio sobre mim; a história inteira é essa”. “Agora, explique; conte a essas pessoas tudo a respeito”. “Oh! não”, diz o homem, “sei que é assim, mas não posso explicar. Uma coisa sei: antes eu era aleijado, agora consigo andar; era eu paralítico, agora consigo carregar minha maca; antes ficava deitado ali, agora posso ficar totalmente em pé”.

Não posso explicar a salvação para vocês nesta noite, nem como acontece; mas lembro-me de quando estava sentado no banco da igreja, um pecador mais desesperado que já houve. Ouvi o pregador dizer: “Olhe para Cristo, e viva”. Ele parecia me dizer: “Olhe! Olhe! Olhe! Olhe!” e olhei mesmo, e vivi. Naquele momento, o fardo do meu pecado se foi; deixei de estar aleijado pelo pecado; fui para casa como pecador salvo pela graça, para viver louvando o Senhor –

Desde quando vi pela fé o rio
Alimentado pelo sangue das suas feridas,
O amor redentor tem sido meu tema,
E o será até eu morrer.


Sinto a impressão que nesta noite receberei muitíssimas pessoas que simplesmente obedecerão à ordem evangélica “Creia, e viva. Creia no Senhor Jesus Cristo, e você será salvo”. Oh, faça isso! Faça-o agora; e a Deus seja a glória, e a você mesmo a paz e felicidade para sempre! Amém e Amém.

Fonte: Capítulo 17 do excelente livro OS MILAGRES DE JESUS: Mensagens de fé, esperança e salvação, de Charles H. Spurgeon, publicado pela Shedd Publicações.

FONTE: Monergismo.com
VIA: Sola Fide Blog

Leia a continuação aqui...

A Serpente de Bronze Levantada.


Sermão N° 1500
Exposto na manhã de domingo de 19/10/1879, por Charles Haddon Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington.




“E Moisés fez uma serpente de metal, e pô-la sobre uma haste; e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.”
Nm 21:9



Este sermão, quando impresso, virá a ser o número 1500 dos que têm sido publicados com regularidade, semana após semana. Esse é um feito extraordinário. Não conheço nenhum outro caso em que 1500 sermões tenham sido impressos e tenham conseguido atrair um grande número de leitores. Desejo expressar meu profundo agradecimento a Deus por sua Divina ajuda em conceber e expressar esses sermões, que não foram somente impressos, mas lidos com avidez e também traduzidos para outras línguas. Eles são lidos publicamente, neste mesmo domingo, e em centenas de outros lugares onde não se tem um ministro. Esses sermões são benção para conversão de muitas almas.

Posso - e devo – regozijar-me por essa grande benção, pois a atribuo, de todo coração, à graça do Senhor! Pensei que a melhor forma de demonstrar meu agradecimento seria pregar Jesus Cristo, de novo, e apresentar um Evangelho claro como a alfabetização de uma criança. Espero que ao completar a lista de 1500 sermões o Senhor me dê uma palavra muito mais abençoada que qualquer uma que as tenha precedido, para conversão de quem ouvi-la e lê-la. Que os que presidem na escuridão por não entenderem a liberdade da salvação e o método fácil pelo qual ela é obtida, sejam levados à luz pela descoberta do caminho de paz através da fé em Jesus. Perdoe-me por essa introdução: meu agradecimento não poderia me abster disso.

Com respeito ao nosso texto e a serpente de metal, se nos voltarmos ao Evangelho de João, notaremos que em seu início há uma espécie de lista ordenada de servos tirados da Santa Escritura. Isso começa com a criação. Deus disse: “Haja luz” e João diz que Jesus, o Verbo eterno, é “a luz verdadeira que ilumina todo homem que vem a este mundo”. Antes de terminar seu primeiro capítulo, João introduziu um modelo fornecido por Abel, pois quando [João] Batista viu Jesus chegando-se a ele, disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). Nem é terminado esse capítulo e nos lembramos da escada de Jacó, descobrimos que o Senhor a explica a Natanael: “Na verdade vos digo que daqui em diante vereis o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” (Jo 1:51).

Chegando ao terceiro capítulo, chegamos tão longe quanto Israel no deserto e lemos as jubilosas palavras: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3:14,15). Falaremos desse ato de Moisés esta manhã, para que possamos observar a serpente e encontrar a promessa verdadeira, “aquele que for mordido, olhando para a serpente de metal, viverá”.

Pode ser que em você que já tenha olhado alguma vez, produza um benefício renovado, enquanto alguns que nunca o fizeram podem contemplar o Salvador erguido e, nesta manhã, podem ser salvos do veneno da serpente, desse veneno mortal de pecado que agora se infiltra em sua natureza e gera a morte de suas almas. Que o Senhor possa fazer essa palavra eficaz para seu misericordioso fim!

1) Convido você a considerar o assinto, primeiramente, olhando a PESSOA EM PERIGO MORTAL, para qual a serpente de metal foi feita e erguida. Nosso texto diz: “e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia” (Nm 21:9). Notemos que as serpentes venenosas, antes de tudo, chegaram até o meio do povo porque eles haviam desprezado o caminho e o pão de Deus. “O povo ficava cada vez mais desencorajado por causa do caminho” (-). Esse era o caminho de Deus – Ele o havia escolhido para eles e Ele havia escolhido em sabedoria e misericórdia – porém eles murmuravam disso.

Como dizia um velho teólogo: “era solitário e detestável”, mas ainda assim era o caminho de Deus, então não foi detestável – Sua coluna de fogo e sua nuvem foi adiante deles e de seus servos, Moisés e Arão os guiaram como um rebanho – eles os devem ter seguido alegremente. Cada passo de sua jornada fora guiado com retidão, também. Mas não, eles desprezaram o caminho de Deus e quiseram seguir seus próprios caminhos. Essa é uma das maiores idiotices do homem- não se
contentar em esperar o caminho do Senhor e prosseguir nele – preferir um desejo e um caminho próprio.


O povo ainda reclamou do alimento que Deus proveu. Ele os deu a melhor parte, pois “o homem comeu comida dos anjos’’ (Sl 78:25), mas se referiram ao maná como um título ultrajante, que para os hebreus tem um ar de ‘ridículo’, e até na nossa tradução conduz à uma idéia de desprezo. Disseram: “e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil” (Nm 21:5), achando eles que era uma comida não substancial e que só serviria para inchá-los, já que era de fácil digestão e não produziria neles o aquecimento e a tendência de se procriar doenças (o que uma dieta mais pesada produziria). Descontentes com seu Deus, eles reclamaram do pão que Ele colocou em suas mesas, que sobrepujava qualquer outro alimento que um homem já havia comido antes ou depois.

Outra tolice do homem- ele se recusa a se alimentar da Palavra de Deus e de acreditar na Verdade. O homem deseja o alimento pecaminoso da razão carnal, o alho das tradições supersticiosas e o pepino da especulação! Ele não pode se humilhar e acreditar na Palavra de Deus ou aceitar uma Verdade tão simples, tão adequada à capacidade de uma criança. Muitos exigem algo mais fundo que o Divino, mais profundo que o infinito, mais liberal que a Graça. Eles discutem com o caminho e o pão de Deus e, então, as serpentes venenosas de luxúria, orgulho e pecado se achegam até eles.

Talvez eu esteja falando com alguns que, até esse momento, que relutam contra os preceitos e doutrinas do Senhor e eu, carinhosamente, os informaria que essa desobediência e presunção os irão conduzir ao pecado e sofrimento. Rebeldes contra Deus estão aptos a tornar-se cada vez pior. As modas e maneiras do mundo pensar o conduzem ao vício e crimes. Se desejarmos os frutos do Egito, em breve sentiremos as serpentes do Egito! A conseqüência natural de tornar-se contra Deus como serpentes, é encontrar serpentes surpreendendo nosso caminho. Se abandonarmos o Senhor em espírito, ou em doutrina, as tentações irão nos espreitar e o pecado nos picará.

Eu lhe peço que observe cuidadosamente que aquelas pessoas para quem a serpente foi erguida já haviam sido mordidas pelas serpentes. O Senhor mandou serpentes venenosas, mas não foram as serpentes no meio deles que envolveu o erguimento da serpente de bronze- foi o fato delas terem envenenado o povo, o que exigiu a provisão de um remédio: “e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.” (Nm 21:9). As únicas pessoas que
olharam e provaram do benefício dessa maravilhosa cura levantada no meio do acampamento foram as que haviam sido picadas pelas víboras.

A noção comum é que salvação é para as pessoas boas, as que lutam contra as tentações e para os que estão espiritualmente sadios. Mas como é diferente da Palavra de Deus! O remédio de Deus é para os doentes e Sua cura é para os necessitados! A Graça de Deus, através da Expiação de nosso Senhor Jesus Cristo, é para quem é real e seriamente culpado. Não pregamos uma salvação sentimental, de uma culpa inconcebível, mas perdão real e verdadeiro para ofensas reais! Não ligo para falsos pecadores- você que nunca fez nada errado, você que é tão bom que está sempre certo, eu te deixo- pois eu prego para os que estão cheios de pecados e são dignos da ira eterna!

A serpente de bronze era um remédio para os que haviam sido picados. Que terrível coisa ser picado por uma serpente! Eu ouso dizer que alguns de vocês lembram o caso de Gurling, um dos guardadores de répteis do Zoological Gardens. Aconteceu em outubro de 1852, então alguns de vocês lembrarão isso. Esse triste homem acabava de se despedir de um amigo que iria à Austrália e, de acordo com muitos, ele tomou uns drinks com seu amigo. Bebeu quantias consideráveis de gim e ficaria aborrecido se alguém o chamasse bêbado, embora razão e senso comum tenham vencido.

Ele voltou para seu posto embriagado. Ele havia visto alguns meses antes, uma exibição de encantamento de serpentes, o que ainda permanecia em sua pobre e bagunçada mente. Ele seguiu os passos dos egípcios e começou a brincar com as serpentes! Primeiro ele tirou uma serpente de Marrocos da jaula, colocou ao redor de seu pescoço e a enroscou e permitiu que ela rodeasse seu corpo. Felizmente, pra ele, o assistente gritou para ele: ‘pelo amor de Deus! Coloque a cora em seu lugar!’, porém o tolo homem respondeu: ‘estou inspirado’.

Essa serpente mortal estava de alguma maneira, entorpecida pelo calor da noite anterior, então o homem imprudente a colocou em seu peito até ela despertar e deslizar-se até chegar à parte detrás de seu colete. Ele a pegou pelo corpo, com um pé de distância da cabeça, e com a outra mão aí a agarrou um pouco mais abaixo (tentando sustentá-la pela cauda)
para fazê-la girar por sua cabeça. Sustentou-a por instante contra seu rosto e, como um raio, a serpente o picou entre seus olhos. O sangue
começou a escorrer por sua face e pediu por socorro, mas seu companheiro fugiu horrorizado!

Como declarou ao júri, não sabia por quanto tempo ficou ausente, pois estava perplexo. Quando assistência chegou, Gurling estava sentado em uma cadeira e com a serpente devolvida a seu lugar. Ele disse: ’sou um homem morto’. Puseram-no em um táxi o levaram ao hospital. Primeiramente, não consegui falar- somente apontava para sua garganta e gemia. Depois, sua visão falhou e por último sua audição. Sua pulsação foi caindo gradualmente e uma hora depois da fatalidade, ele era um cadáver. Havia apenas uma pequena marca em seu nariz, mas o veneno se espalhou por seu corpo e ele era um homem morto.

Conto-lhe essa história, pois você poderá usá-las como uma parábola e aprender a nunca brincar com pecado e também para mostrar-lhe vividamente o que é ser mordido por uma serpente. Suponha que Gurling pudesse ter sido curado ao olhar um pedaço de metal- isso não seria uma ótima notícia para ele? Não houve nenhum remédio para essa pobre criatura encantada, mas há um remédio pra você! Par os homens que foram picados por essa serpente brilhante do pecado: Jesus é erguido- não só para você que brinca com a serpente, não só para você que a colocou em seu peito e a viu escorregar por sua carne- mas para você que está realmente picado e mortalmente ferido! Se algum homem for picado e chegue a ponto de ficar doente com o pecado e sentir o veneno mortal em seu sangue, isso é pra ele que Jesus é apresentado hoje. Apesar de ele pensar que é um caso extremo, é para esses que a Graça Soberana de Deus é um remédio!

A picada da serpente foi dolorida. Nesse texto, é dito que as serpentes são ‘ardentes’, uma palavra que se refere à sua cor, entretanto mais provavelmente faz referência aos efeitos destrutivos de seu veneno. Ele aquece e inflama o sangue em tão cada veia se torna um rio em ebulição, crescendo com aflição. Em algumas pessoas que o veneno de víboras que chamamos de pecado inflamou suas mentes. Eles estão sem descanso, descontentes e cheios de medo e angústias. Eles escrevem sua própria condenação- eles têm certeza que estão perdidos- recusam todas as notícias de ajuda. Não se pode esperar que prestem uma atenção calma e sóbria à mensagem da Graça. O pecado os atemoriza tanto que se rendem como homens mortos. Eles estão em sua
apreensão, como Davi diz: “Livre entre os mortos, como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais Te não lembras mais” (Sl 88:5).

Para os homens picados pela serpente ardente que a serpente de bronze foi erguida e é para os homens realmente envenenados pelo pecado que Jesus é pregado. Jesus morreu por aqueles que estão completamente desesperados- por aqueles que não podem pensar retamente, por aqueles que sua mente é sacudida de cima a baixo, por quem já está condenado- por esses o Filho do Homem foi erguido na cruz! Que coisa maravilhosa que podemos te falar hoje. A picada dessas serpentes, eu já disse, era mortal. Os Israelitas não tiveram dúvidas sobre isso, porque em sua presença, “muitas pessoas de Israel morreram”. Eles viram muitos de seus amigos morrerem da picada das serpentes e ajudaram a enterrá-los. Eles sabiam por que os outros estavam morrendo e tinham certeza que era por causa do veneno das serpentes ardentes que estava em suas veias. Não tinham nenhuma desculpa para imaginarem que seriam mordidos e, ainda sim, viveriam.

Agora sabemos que muito pereceram como resultado do pecado. Não temos dúvidas do que o pecado pode fazer, pois a Palavra Infalível nos ensina que “o salário do pecado é a morte” (Rm 6:23), e ainda, “o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tg 1:15). Também sabemos que essa morte é o sofrimento sem fim, para qual a Escritura descreve quando os perdidos são jogados em profunda treva, “porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará” (Is 66:24). Nosso Senhor Jesus nos fala dos condenados que irão para o juízo eterno, onde haverá choro, gemidos e ranger de dentes. Não devemos ter nenhuma dúvida quanto a isso! Mas os que dizem duvidar disso são os que temem que isso seja para eles- eles sabem que irão para a eterna desgraça, então, eles fecham os olhos para fingir não ver sua inevitável maldição.

Ah, que terrível é que encontrem lisonjeadores nos púlpitos que estimulam seu amor pelo pecado e tocam a mesma melodia. Nós não somos dessa classe. Acreditamos no que o Senhor falou em sua toda sua solenidade de temor, e, conhecendo o temor do Senhor, nós persuadimos os homens a escapar disso. Mas isso é para quem sofreu a picada mortal, para sobre cujos rostos pálidos a morte começava a por seu selo, para os homens cujas veias estavam ardendo por dentro – para eles era o que Deus falou a Moisés: “Faze-te uma serpente ardente, e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo o que, tendo sido picado, olhar para ela” (Nm 21:8).

Não há nenhum limite para a etapa do envenenamento. Não importava quanto tempo tivesse passado o remédio ainda fazia efeito! Se uma pessoa fosse mordida instantes antes e só visse algumas gotas brotando, e só tivesse sentindo uma pequena dor, ela olhava a serpente e vivia! E se, infelizmente, tivesse esperado, por meia hora, com a voz começando a falhar e sua pulsação caindo, se ele somente conseguisse olhar para a serpente, viveria! Não se estabeleceu nenhum limite para o poder desse remédio Divino ou para a liberdade de sua aplicação para os que necessitavam. A promessa não tinha nenhuma clausula condicional: “e sucedia que, picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.”.

Em nosso texto vemos que promessa de Deus acontecia em todo caso, sem exceção, onde lemos: “picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia.”. Assim, então, descrevi a pessoa que se encontrava em perigo mortal.

2) Segundo: vamos considerar o REMÉDIO PROVIDO PARA ESSA PESSOA. Ele foi único e eficaz. Era puramente de origem divina e é claro que sua invenção e o poder que tinha nele era inteiramente de Deus. Homens prescreveram muitos remédios, decocções e operações para a picada de serpente - não sei de que tanto de depende deles, mas sei isso: preferiria não ser mordido para não ter que provar de nenhum deles, incluindo os que estão em moda!

Para as mordidas das serpentes ardentes no deserto não havia qualquer remédio que fosse exceto o que Deus havia mandado, e à primeira vista, era um remédio bem incomum. Uma simples olhada para uma serpente numa haste? Que improvável que funcione! Como e por que meios poderia a cura efetuar-se somente olhando para uma serpente? Isso parecia, de fato, ser brincadeira o fato de a pessoa olhar para o objeto que causou sua desgraça. Acaso se poderia curar uma picada de serpente olhando para uma delas? Acaso o que traz morte pode trazer vida? Mas nisto estava a excelência do remédio, que era de origem divina, pois quando Deus ordena uma cura, está obrigado que haja poder nela. Ele não conceberá uma falha, nem mandará uma zombaria! Seria suficiente para nós saber que Deus ordena uma benção, pois Ele ordena, ela obterá o resultado prometido.

Não necessitamos saber como funcionará, é suficiente para nós que a Graça poderosa de Deus está comprometida em trazer bem para nossas almas. Esse particular remédio da serpente erguida numa haste foi sumamente instrutivo, apesar de achar que Israel não entendeu isso. Temos sido instruídos pelo nosso Senhor e sabemos seu significado. Era uma serpente imobilizada em uma haste. Como se pegaria um dardo e o lançaria contra a cabeça da serpente para matá-la, essa serpente também era exibida como morta e colocada em exibição na frente de todos. Era a imagem de uma serpente morta. Maior das maravilhas é nosso Senhor Jesus rebaixado, simbolizado como uma serpente morta!

A instrução para nós, após ler o Evangelho de João, é: nosso Senhor Jesus, em infinita humilhação, se dignou vir ao mundo e aceitou ser maldição por nós. A serpente de bronze não tem veneno, em si, mas tomou a forma de uma serpente venenosa. Cristo não é nenhum pecador e n’Ele não há nenhum pecado. A serpente de bronze tinha a forma de uma serpente, assim como Jesus fora enviado por Deus “em semelhança da carne do pecado” (Rm 8:3). Ele veio debaixo da Lei e o pecado o fora imputado, então ele veio debaixo da ira e maldição de Deus pelos nossos pecados. Em Jesus Cristo, se você olhar para a cruz verá que o pecado está morto e pendurado como um serpente morta- também ali a morte é abolida, pois “aboliu a morte, e trouxe à luz a vida” (II Tm 1:10)- e ali também a maldição é cancelada para sempre devido ao que suportou, sendo “maldição por nós; porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Gl 3:13).Assim essas serpentes são penduradas como espetáculo para todos os espectadores, todas mortas pelo agonizante Senhor. O pecado, a maldição e a morte são, agora, como serpentes mortas!

Oh, que espetáculo! Se pudesse ver isso, que regozijo seria! Ah, se os hebreus tivessem entendido isso, que uma serpente pendurada numa haste teria sido uma profecia do glorioso quadro que nossa fé contempla hoje: Jesus imolado e o pecado, a morte e o inferno mortos n’Ele! O remédio, então, para ser olhado era sumamente instrutivo e sabemos que a instrução pretendia nos convencer.

Por favor, lembre-se que em todo acampamento de Israel havia somente um remédio para a mordida de serpente, que era a serpente de bronze- e só havia UMA serpente de bronze, não duas. Israel não faria outra, pois se a tivessem feito, ela não teria nenhuma utilidade medicinal. Havia uma, somente uma, que fora levantada bem no meio do acampamento, assim qualquer homem picado por uma serpente poderia olhar pra ela e viver.

Há um só Salvador. Somente um! Não há outro nome debaixo do Céu pelo qual podemos obter Salvação. Toda a Graça está concentrada em Jesus, de quem lemos: “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Cl 1:19). Cristo suportou a maldição e acabou com ela. Cristo foi picado por uma serpente em seu calcanhar, mas pisou em sua cabeça e a destruiu: é para esse Cristo unicamente que devemos olhar
se quisermos viver. Oh, pecador, olhe para Jesus na cruz, Ele que é o único remédio para qualquer ferida do veneno do pecado!

Havia somente uma serpente que curava naquela época, e ela era brilhante e lustrosa. Era uma serpente de bronze, e bronze é um metal brilhoso. Tratava-se de um bronze recém forjado, então não estava embaçado e sempre que o sol batia nela, brilhava, resplandecia. Podia ter sido uma serpente de madeira ou qualquer outro material que Deus poderia ter mandado, mas Ele mandou que fosse de bronze, para que fosse rodeada de brilho.

Que brilho há ao redor de nosso Senhor Jesus Cristo! Se simplesmente o expusermos em Seu metal verdadeiro, ele será visto pelos olhos humanos. Se pregarmos o Evangelho somente, sem nos preocuparmos em o adornarmos com nossas filosofias, haverá brilho suficiente em Cristo para que ele alcance os pecadores: sim, Ele captura milhares de pessoas! O Evangelho eterno resplandece a Pessoa de Cristo. Assim como a base da serpente refletia os raios de sol, Jesus reflete o amor de Deus os pecadores, e eles, vendo isso, olham pela fé e vivem!

Mais uma vez, esse remédio era duradouro. Era uma serpente de bronze e creio que ela permaneceu no meio do acampamento desde aquele dia. Não havia mais utilidade depois que o povo entrou em Canaã, porém enquanto estavam no deserto, provavelmente ela era mostrada no centro, perto da porta do Tabernáculo sobre uma base elevada. Elevada e aberta para a contemplação de todos, pendia a imagem de serpente morta: a perpétua cura para o veneno de serpente! Se tivesse sido feita de outros materiais, teria quebrado ou caído... Mas o bronze duraria o tempo em que as serpentes brilhantes fossem pragas no deserto. Quando um homem fosse picado, ali haveria uma serpente de bronze para curá-lo.

Que reconfortante saber que Jesus ainda salve o pior dos pecadores que, por meio d’Ele, se achegue a Deus, vendo que Ele vive a interceder por nós. Um ladrão moribundo contemplou o resplendor dessa serpente de bronze quando olhou Jesus ao seu lado naquela cruz e isso o salvou! De igual maneira, você e eu podemos olhar e viver, pois “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hb 13:8).

Desfalecida minha cabeça e enfermo meu coração
Ferido, machucado em toda parte
A picada ardente de Satanás ainda sinto
Envenenado com a soberba do Inferno:
Porém quando estou a ponto de morrer
Para cima direciono meus olhos
E vejo Jesus erguido
Vivo por Ele, que morreu por mim.


Espero não ter encoberto o tópico com essas figuras. Não desejo fazer isso, entretanto quero mostrá-los claramente. Todos que são realmente culpados, os que são picados pela serpente, o remédio certo para vocês é olhar para Jesus Cristo que levou seus pecados sobre Si mesmo e que morreu no lugar dos pecadores, “se fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (II Co 5:21). Seu único remédio está em Jesus e em nenhum outro lugar. Olhe para Ele e seja salvo!


3) Isso nos traz, em terceiro lugar, a considerar a APLICAÇÃO DO REMÉDIO ou o vínculo entre o homem picado e a serpente de bronze que irá curá-lo. O que era esse vínculo? Era do tipo mais simples que se pode imaginar. A serpente de bronze poderia ser levada, se ordenado por Deus, à tenda da pessoa que estava enferma, mas não era assim. O remédio podia ter sido aplicado por fricção: ele poderia repetir um tipo de oração ou então ter um pastor para fazer a cerimônia. Mas não tinha nada disso. Era somente olhar!

Era bom que a cura fosse tão simples quanto a freqüência das serpentes naquele lugar. Picadas de serpente aconteciam de várias maneiras. Um homem poderia estar recolhendo gravetos ou simplesmente andando e ser mordido. Até hoje serpentes são um perigo no deserto. O senhor Sibree diz que em uma ocasião ele viu o que parecia ser uma pedra redonda, lindamente decorada. Ele estendeu sua mão para pegá-la, quando, para seu horror, ele descobriu que era uma serpente viva que estava enrolada!

Durante todo dia, quando as serpentes eram enviadas a eles, os israelitas deveriam estar em perigo. Em suas camas, sua comida, em suas casas e quando saíam dela estavam em perigo. Essas serpentes são chamadas por Isaías de “serpentes voadoras, não porque voem, mas porque elas se contraem e, de repente, saltam e alcançam uma altura considerável e um homem pode ser surpreendido e atacado em sua perna mesmo estando ‘longe’ desses répteis malignos. O que o homem faria? Ele não podia fazer nada a não ser ficar do lado de fora de sua tenda e olhar para o lugar que resplandecia à distância o brilho da serpente de bronze! E, no momento em que olhasse para ela, ele estaria curado! Não havia nada a fazer a não ser olhar! Não era preciso um pastor, nenhuma água santa, nenhum abracadabra, nenhum livro de receitas. Nada, a não ser olhar!

Um bispo da igreja romana disse para um dos primeiros reformadores, quando pregaram a salvação pela fé: “Oh, doutor! Abra essa lacuna para as pessoas e estaremos arruinados!” E, realmente, estão arruinados, pois o negócio e o comércio de indulgências acabam quando confiamos em Jesus e vivemos.

Pois é assim. Creia n’Ele, você que é pecador - pois este é o significado espiritual de ‘olhar’- e seus pecados serão perdoados! E ainda mais: seu poder mortal cessa de operar em seu espírito. Há vida quando olhamos para Jesus! Acaso isso não é suficientemente simples?

Mas, por favor, note o quão pessoal isso era. Um homem não podia ser curado por qualquer coisa que alguém fizesse por ele. Se fosse mordido por uma serpente e se recusasse a olhar para a serpente de bronze e tivesse ido para sua cama, nenhum médico poderia ajudá-lo. Uma mãe piedosa se ajoelharia e oraria por ele, mas isso não traria nenhum efeito. Irmãs poderiam vir e clamar; ministros seriam chamados para orar para que o homem pudesse viver, mas ele morreria apesar das orações se não olhasse para a serpente de bronze.

Não havia outra saída para sua vida- ele teria que olhar para ela! É o mesmo com sua vida. Alguns de vocês me escreveram, implorando para que orasse por seus pedidos. Assim eu fiz, mas isso não significa nada, ao menos que você, por você mesmo, acredite em Jesus Cristo. Não há no Céu, nem debaixo dele, nenhuma esperança para nenhum de vocês, a não ser acreditar em Jesus Cristo!

Quem quer que você seja, por mais picado pela serpente que esteja e por perto que esteja da morte, se você olhar para o seu Salvador, você viverá! Entretanto, se você não o fizer será condenado, tão certo como vives. No último Grande Dia, eu devo dar testemunho contra você, pois te alertei direta e claramente: “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16:16). Não há outra ajuda para isso. Podes fazer o que quiseres: juntar-se à igreja que te agrade, tomar a Santa Ceia do Senhor, ser batizado, aplicar-se severas penitências, dar todos os seus bens aos pobres.. Mas você estará perdido se não olhar para Jesus. Não há nada em Sua morte que te salve; não há nada em Sua vida que te salve, ao menos que confie n’Ele. É assim: você deve olhar- e olhar por si mesmo.

E logo, de novo, é muito instrutivo. O que significa esse olhar? Significa: auto-ajuda deve ser abandonada e deve-se confiar em Deus! O homem ferido diz: “Não devo sentar-me aqui para olhar minha ferida, pois isso não me salvará. Vê onde a serpente me picou? O sangue está escorrendo, preto com o veneno! Como isso queima e incha! Minhas pulsações estão falhando. Mas todas essas reflexões não me aliviarão. Devo olhar logo ali, a serpente de bronze que foi levantada. É perda de tempo olhar para o que não é o remédio que Deus ordenou.

Os israelitas devem ter compreendido: Deus requer que confiemos n’Ele e que usemos Seus meios de salvação. Devemos fazer exatamente como nos ordena e confiar que Ele trará nossa cura- e se não queremos fazer isso, morreremos eternamente.

Esse meio de cura tinha a intenção de magnificarem o amor de Deus e atribuírem sua cura inteiramente à Sua Divina Graça. A serpente de bronze não era uma simples figura, como já mostrei a vocês, em que é mostrado Deus quitando o pecado do mundo ao aplicar Sua ira em Seu Filho, mas uma demonstração do amor divino. E isso sei, pois o próprio Jesus disse: “E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado. (...)Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito” (Jo 3:14,16), mostrando claramente que a morte de Jesus na cruz foi uma demonstração de amor aos homens e qualquer que olhe para essa exibição do profundo amor de Deus, ou seja, Sua entrega de Seu filho unigênito para virar maldição por nós, viverá.

Agora, quando um homem era sarado por olhar a serpente, não podia dizer que fora curado por si mesmo, pois ele somente olhava, e não havia poder numa olhada. Um cristão nunca reclama honra ou crédito em razão de sua fé. Onde está o glorioso crédito simplesmente crer na Verdade e humildemente confiar em Cristo para que te salve? A fé glorifica a Deus, e, assim, nosso Senhor escolheu isso como instrumento da nossa salvação.

Se um pregador viesse e tocasse o homem picado, ele poderia atribuir alguma honra a esse sacerdote. Mas como não havia nenhum sacerdote no caso, e não havia nenhuma exceção a não ser olhar para serpente, o homem chegava à conclusão que o poder e amor de Deus o haviam curado.

Não sou salvo por nada que tenha feito, mas o que o Senhor fez. Deus quer que cheguemos a essa conclusão: se somos salvos, é por Sua livre, rica, soberana e imerecida Graça, demonstrada na pessoa de Cristo.


4) Permita-me um momento para o quarto tópico, que é a CURA EFETUADA. O texto nos fala “picando alguma serpente a alguém, quando esse olhava para a serpente de metal, vivia” (Nm 21:9), o que é dizer que a pessoa era curada de uma vez. Não tinha que esperar cinco minutos ou cinco segundos.

Querido leitor, você já ouviu isso alguma vez? Se não, eu poderia assustar você, mas é a verdade. Se você viveu no mais profundo pecado possível até esse momento, se agora somente crer em Jesus será salvo antes que o relógio sinalize outra hora. É rápido como um relâmpago! Perdão não é um trabalho de tempo.

Santificação requer uma vida, justificação não passa desse momento. Você crê, você vive! Você confia em Cristo, seus pecados são apagados! Você é um homem salvo no momento que crê! “Oh”, diz alguém, “isso é uma maravilha”. E isso é uma maravilha e será eternamente. Os milagres de nosso Senhor, quando estava na terra, eram instantâneos na maior parte das vezes. Ele os tocava e os que tinham febre podiam levantar-se e ministrar a Ele. Nenhum médico pode curar dessa maneira, pois há uma debilidade resultante dela depois que o calor passa. Jesus opera curas perfeitas e quem crer n’Ele, ainda que tenha crido um minuto, é justificado de todos os seus pecados. Oh, a inigualável Graça de Deus!

Esse remédio salvava uma e outra vez. Muito possivelmente, após um homem ser curado, ele voltava para seu trabalho e era atacado por uma segunda serpente, já que havia muitas delas naquele lugar. O que ele poderia fazer? Olhar outra vez! E se ferido mil vezes, teria que olhar mil vezes.

Você, amado filho de Deus, se você tem pecado em sua consciência, volte-se pra Jesus. O caminho mais saudável de viver onde as serpentes abundam, é nunca tirar seus olhos da serpente de bronze. Ah, vocês, víboras, podem morder se quiserem, enquanto meus olhos estiverem na serpente de bronze, eu desprezo suas presas e seu veneno, pois tenho um remédio que trabalha continuamente em mim! Tentação é vencida pelo sangue de Jesus! “e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (I Jo 5:4).

Essa cura era de eficácia universal para todos que a usavam. Não havia nenhum caso, em todo o acampamento, em que um homem olhava para a serpente de bronze e morria. E não haverá nenhum caso em que um homem olhe para Jesus e permaneça condenado! Quem crer será salvo. Algumas pessoas tinham que olhar a uma longa distância- a haste podia não estar eqüidistante de todo mundo, mas enquanto pudessem vê-la, isso curaria tanto quem estava longe, como quem estava perto. Tão pouco importava se seus olhos eram defeituosos. Nem todos tinham uma visão perfeita. Alguns poderiam ser estrábicos, outros poderiam ter a visão escurecida ou então apenas um olho: mas se eles somente olhassem, viveriam! Talvez o homem mal pudesse distinguir a forma da serpente quando olhava para ela e dizia: “oh, não posso ver as curvas da serpente, mas posso ver seu brilho”. E ele vivia!

Oh, pobre alma, se não pode ver Cristo e Suas maravilhas, nem toda a riqueza de sua Graça. Porém se pode ver que se tornou pecado por nós, viverá! Se você diz: “Senhor, eu creio. Ajuda-me com minha incredulidade”, sua fé te salvará! Uma ‘pequena’ fé te dará um grande Cristo e você encontrará vida eterna n’Ele.

Dessa forma, procurei descrever a cura. Oh, que o Senhor queira operar essa cura em cada pecador aqui nesse momento. Oro para que Ele o faça! Era um pensamento agradável que se eles olhassem para a serpente de bronze, debaixo de qualquer luz, viveriam. Muitos olhavam à luz do meio dia, viam todos os detalhes e viviam. Porém não me surpreenderia se alguns fossem picados à noite e, sob a luz da lua, se achegassem à serpente, vivessem. Talvez fosse uma noite escura e tempestuosa e
nenhuma estrela era visível. A tempestade explodia lá no alto e da escura nuvem se via um relâmpago partindo as rochas. Pelo esplendor dessa súbita luz, a pessoa viu a serpente de bronze, e mesmo tendo-a visto por um segundo, passou a viver. De igual maneira, pecador, se sua alma está envolta na tempestade e se da nuvem se desprende somente um raio de luz, olhe para Jesus com a ajuda desse raio e viva!

5) Concluo com essa última parte – aqui há UMA LIÇÃO PARA QUEM AMA A SEU SENHOR. O que devemos fazer? Devemos imitar Moisés, cuja responsabilidade foi erguer uma serpente de bronze sobre uma haste. É seu compromisso e meu também, que levantemos o Evangelho de Cristo para que todos possam vê-lo! Tudo que Moisés teve que fazer foi levantar a serpente à vista de todos. Ele não disse: “Arão, traga seu incensório e também muitos sacerdotes e formem uma nuvem de perfume”. Tão pouco disse: “Eu mesmo irei, com minhas roupas de quem escreveu as leis, e ficarei lá”. Não, Moisés não tinha nada que fosse pomposo ou cerimonial. Ele só tinha que exibir a serpente de bronze, deixando desnuda e à vista de todos. Ele não disse: “Arão, traga uma roupa de ouro, envolva a serpente em azul e carmesim e em linho fino. Um ato assim seria totalmente contrário às ordens. Ele devia manter a serpente descoberta. Seu poder estava em si mesma, não em que a envolvia. O Senhor não mandou pintar a haste ou decorá-la com as cores do arco-íris. Oh, não. Qualquer haste serviria.

As pessoas que estavam à beira da morte, não precisavam ver a haste- necessitavam unicamente contemplar a serpente. Arrisco-me a dizer que ele fez uma haste nítida, pois a obra de Deus deve ser feita decentemente, mas ainda assim, a serpente era o objeto que devia ser olhado.

Isso é o que devemos fazer com nosso Senhor. Temos que pregá-lo, ensiná-lo e fazê-lo visível a todos os olhos! Não devemos escondê-lo em nossas tentativas de mostrar conhecimento e eloqüência. Temos que parar com essa ‘faca de dois gumes’ que é a eloqüência e essas coisas de azul e carmesim na forma de grandiosas sentenças e períodos poéticos. Tudo deve ser feito de maneira que Jesus apareça e nada pode escondê-lo.

Moisés deve ter ido para sua casa dormir quando a serpente foi erguida. O que importava era que a serpente de bronze estivesse visível tanto de dia, como de noite. O pregador deve se esconder, de forma que ninguém saiba quem ele é, quando pregar a Cristo – não se deve ficar no meio do caminho.

Agora vocês professores: ensine Jesus às suas crianças. Mostre a eles Cristo crucificado. Mantenham Cristo adiante deles. Vocês que são jovens e tentam pregar, não façam isso grandiosamente. A verdadeira grandeza da pregação consiste em que Cristo Jesus seja mostrado grandiosamente nela. Nenhuma outra grandeza é necessária! Mantenham o ‘eu’ no chão, e ponham Jesus no meio do povo, evidentemente crucificado entre eles. Ninguém além de Jesus, ninguém além de Jesus! Deixe-o ser a suma e a substância de seu ensinamento.

Alguns de vocês olharam para a serpente de bronze, eu sei, e foram curados. Mas o que você tem feito com ela desde então? Não deram um passo à frente para confessarem a Jesus e nem procuraram uma igreja para se juntarem. Não falaram com ninguém sobre sua alma. Colocam a serpente de bronze em um baú e a escondem. Isso é certo? Tirem-na de lá e a ponham em um lugar alto onde todos a possam ver! Publiquem Cristo e a Salvação! A intenção não é que Ele seja tratado como uma curiosidade no museu. A intenção é que ele seja posto nas calçadas para os que forem mordidos possam olhar para Ele.

“Ah, mas eu não tenho um local apropriado para isso”, alguém diz. O melhor lugar para se colocar Jesus é aquele que todos possam ver de longe. Exalte Jesus! Bendiga Seu nome. Quanto mais você louvar o nome do Senhor, quanto mais alto levantar Seu nome, melhor! Ergam a Cristo!

“Ah, mas eu não tenho um estandarte largo!”, diz um. Então o erga com o que tens, pois há pessoas de baixa estatura que poderiam vê-lo através de você. Creio que já falei a vocês sobre um quadro que vi da serpente de bronze. Quero que os professores da escola dominical escutem isso. O artista representou todo tipo de pessoa se juntando ao redor da haste e quando olhavam as horríveis serpentes se desprendiam e viviam! Havia tamanha multidão perto dela que uma não podia nem se aproximar. Ela carregava um bebezinho, que havia sido picado. Você podia ver as marcas azuis do veneno. Como não podia se aproximar,
essa mãe o levantou bem alto e virou sua cabecinha na direção que pudesse olhar a serpente de bronze e viver.

Façam isso com suas crianças, professores da escola dominical! Mesmo eles sendo muito novos ainda, orem para que eles possam ver Jesus e viver, pois não há idade estabelecida para isso. Anciãos mordidos pela serpente venham cambaleando sobre suas muletas. “Tenho 80 anos”, diz um, “mas eu olhei para a serpente de bronze e fui curado!”. Crianças eram trazidas por suas mães, ainda quando não sabiam falar direito, gritavam com sua linguagem infantil: “eu olho para a grande serpente de bronze e ela me abençoa”.

Todos ou níveis, sexos, personalidades e toda disposição olhavam e viviam! Quem vai olhar para Jesus nessa hora maravilhosa? Oh, queridas almas, querem ter vida ou não? Desprezarão Cristo e morrerão? Se for assim, seu sangue está em suas próprias mãos! Eu disse a vocês o Caminho de Deus para salvação! Agarre-se a isso. Olhe para Jesus imediatamente. Que o Espírito te conduza gentilmente a isso. Amém.



Oro para que o Santo Espírito use esse sermão para trazer muitos ao conhecimento salvífico de Jesus Cristo.



Tradução: Isabela Carolina
Original em: www.spurgeon.com.mx
MAIS Sermões, em www.projetospurgeon.com.br; proibida a reprodução com alterações e sem a citação do link do projeto e do nome do tradutor; é permitida a reprodução parcial em outros blogs e sites desde que citem o link do Projeto e o tradutor do sermão

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A boca confessa o Senhor, o coração crê nEle!



C. H. Spurgeon
Banco da Fé
19 de Janeiro

“Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Rm 10:9 ACF[*])


Deve haver confissão com a boca. Tenho-a feito? Tenho declarado abertamente a minha fé em Jesus como o Salvador a quem Deus levantou dos mortos, e tenho-o feito da maneira requerida por Deus? Tenho de responder honestamente a esta pergunta.

Deve haver também fé no coração. Creio sinceramente no Senhor Jesus ressuscitado? Confio nEle como a minha única esperança de salvação? Brota do meu coração esta confiança? Tenho de responder a isto como diante de Deus .

Se eu posso, na verdade , afirmar que tenho confessado a Cristo e crido nEle, então sou salvo. O texto não diz que poderia ser assim, mas sim, é evidente e claro como o Sol nos céus: “Serás salvo.” Como crente e como professante(12), posso apropriar-me da promessa, e argumentá-la diante do Senhor Deus neste momento, e ao longo de toda a vida, e na hora da morte, e no Dia do Juízo.

Tenho de ser salvo da culpa do pecado, do poder do pecado, do castigo do pecado, e por último do próprio ser do pecado. Deus tem-no dito: “Serás salvo.” Eu creio. Serei salvo: sou salvo. Glorifica a Deus para todo o sempre!




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Bíblia ACF, Via E-Sword JFA Copyright das Sociedades Bíblicas Unidas (1968).
Tradutor: Carlos António da Rocha
FONTE:
No Caminho de Jesus

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O Mistério da Pessoa de Deus





Acaso, entraste nos mananciais do mar...? Jó 38.16


Algumas coisas da natureza têm de permanecer como um mistério para as mais inteligentes e perscrutadoras investigações. O conhecimento universal é algo que se restringe exclusivamente a Deus. Se isto é verdade no que diz respeito às coisas temporais e visíveis, é muito mais verdade ainda no que se refere aos assuntos espirituais e eternos. Por que, então, eu tenho torturado o meu cérebro com especulações sobre o destino, a vontade, a fatalidade estabelecida e a responsabilidade humana? Não sou capaz de compreender estas verdades profundas e obscuras, assim como não sou capaz de sondar as profundezas das quais os oceanos extraem seu estoque de água. Por que sou tão curioso para saber a razão das providências de meu Senhor e os motivos de suas ações? Quando eu terei a capacidade de segurar o sol em meu punho e agarrar o universos nas palmas de minhas mãos? Mas estas coisas são apenas uma gota em um balde de água, se comparadas com o Senhor, meu Deus.


Jamais devo me esforçar para entender o infinito; ao contrário disso, devo gastar minhas energias em amor. Aquilo que não posso ganhar por meio do intelecto posso obter por meio das afeições. Isto deve satisfazer-me. Não posso penetrar o coração dos oceanos, mas posso desfrutar das brisas saudáveis que sopram sobre ele e velejar sobre as suas ondas azuis. Se eu pudesse entrar nas fontes dos oceanos, esta façanha não teria um propósito útil para mim, nem mesmo para as outras pessoas. Isto não salvaria o navio que naufragou, como não traria de volta à sua esposa entristecida e a seus filhos o marinheiro que morreu afogado. Tampouco o meu desvendamento de mistério profundos provaria qualquer coisa. O menor amor para com Deus e o mais simples ato de obediência a Ele são melhores do que o mais profundo conhecimento. Meu Senhor, deixo contigo o infinito e rogo que Tu me guardes do amor pela árvore do conhecimento, o que me privaria da árvore da vida.


FONTE: Charles Haddon Spurgen.com

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Cristo e os Seus filhos



C. H. Spurgeon
Banco da Fé
18 de janeiro



“Quando a Sua alma se puser por expiação do pecado, verá a Sua posteridade.” (Is 53:10 ACF[*])


Nosso Senhor Jesus não morreu em vão. A Sua morte foi sacrificial: Ele morreu como nosso Substituto, porque a morte era o castigo pelos nossos pecados; e devido a que a Sua substituição foi aceita por Deus, Ele tem salvo aqueles por quem pôs a Sua vida em sacrifício. Pela morte tornou-Se como o grão de trigo que dá muito fruto. Deve haver uma descendência de filhos para Jesus; Ele é “o Pai eterno.” Ele dirá: “ Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus Me deu.” (Hb 2:13 ACF)

Um homem é honrado pelos seus filhos, e Jesus tem a Sua aljava* cheia destas setas dos valentes. Um homem é representado nos seus filhos, e assim é representado Cristo nos cristãos. A vida dum homem parece ser prolongada e estendida na sua semente; e assim a vida de Jesus é continuada nos crentes.

Jesus vive, pois vê a Sua linhagem. Ele fixa os Seus olhos em nós, deleita-se em nós e reconhece-nos como o fruto do trabalho da Sua alma. Devemos alegrarmo-nos porque o nosso Senhor não cessa de gozar o resultado do Seu terrível sacrifício, e porque nunca deixará de deleitar os Seus olhos na colheita da Sua morte. Esses olhos que uma vez choraram por nós, olham-nos agora com prazer. Sim, Ele olha para aqueles que o olham a Ele. Os nossos olhos se encontram! Que alegria isto nos traz!!




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Notas:
[*] ACF - Bíblia, edição João Ferreira de Almeida, Corrigida Fiel, versão e-Sword, cotejada com «A Bíblia Sagrada» João Ferreira de Almeida, Edição Revista e Corrigida, Edição da Sociedade Bíblica, Rua José Estêvão, 4-B, 1100 LISBOA, PORTUGAL, Copyright das Sociedades Bíblicas Unidas (1968).
(1)ALFAJA é um equipamento, espécie de coldre ou estojo, usado para carregar as flechas usadas pelos arqueiros( Via Wikipédia)

Tradutor: Carlos António da Rocha
FONTE: No Caminho de Jesus

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